Por: Geraldo Brasil - 21/04/2017

Todos nós já nos debruçamos sobre o que a história nos conta a respeito da inconfidência mineira. O movimento desencadeado por valorosos patriotas mineiros se insurgia contra o que entendiam ser uma cobrança excessiva de tributos pela coroa portuguesa.

Todos os inconfidentes tinham plena ciência dos riscos que corriam, pois sabiam que o reino de Portugal era implacável com aqueles que esboçavam quaisquer movimentos tendentes a contrariar os seus interesses nas colônias.

Neste momento conturbado em que vive o nosso país, com abundantes notícias de corrupção dos homens públicos, vale a pena voltarmos o olhar para os inconfidentes e avaliar o alto patriotismo que os movia. Mesmo sabendo dos riscos de pagarem com a vida, não titubearam em se organizar para debater e desenvolverem ações tendentes a libertar a pátria do julgo português.

Foram corajosos e pagaram um alto preço pela ousadia de defenderem a terra em que nasceram. Não eram políticos na acepção que hoje se conhece, mas cidadãos compenetrados da responsabilidade que cada um possui para com as coisas da sua pátria e da importância que devia ser dada aos bens da coletividade.

Quiçá esse exemplo servisse aos que hoje administram o nosso Brasil. Talvez assim, enxergassem o valor e a importância do que é público (res publica) e passassem a pensar e agir em termos coletivos, objetivando o bem-estar da sociedade, ao invés de buscarem apenas e tão somente os seus interesses particulares. Evidentemente o que ora se coloca não pode ser generalizado. Temos que crer que há políticos e administradores compenetrados da sua responsabilidade social e que não fazem dos seus cargos escada para o enriquecimento pessoal, em detrimento dos interesses coletivos.

Que o espírito de Tiradentes e dos seus companheiros inconfidentes inspirem os administradores brasileiros, para o bem da nossa pátria.